O suor é algo que está no dia-a-dia de qualquer pessoa, tanto o seu sentido figurado, que significa o esforço e dedicação que colocamos nas atividades que nos dedicamos, quanto o de sentido literal, que descreve o líquido que nosso corpo elimina para diminuir a temperatura quando fazemos exercício ou em temperaturas mais quentes. O excesso de suor localizado, conhecido como hiperidrose, é uma condição que atrapalha a vida de cerca de 3 a 5% da população mundial.
Na maior parte dos casos ela atinge uma ou duas regiões do corpo, principalmente em mãos, axilas e pés, podendo também acometer a face e couro cabeludo. Muitos pacientes notam a sudorese aumentada, mesmo quando não sentem calor, desde a infância e adolescência. Além disso, a sudorese é mais intensa em momentos de ansiedade podendo atingir níveis que algumas pessoas, que não conhecem a doença, não acreditariam.
Aqueles que trabalham com público ficam extremamente envergonhados em estender a mão e cumprimentar os outros. Alguns pacientes chegam em casa ao final do dia e notam a camiseta ou camisa encharcada embaixo das axilas, às vezes associado a odor desagradável.
Apesar de não ser grave a ponto de causar risco à saúde, a hiperidrose atrapalha - e muito! - o convívio social do paciente e transmite uma imagem indesejada de nervosismo (nos casos de sudorese palmar e na região facial) e até de má higiene (nos casos de hiperidrose axilar).
Os tratamentos com produtos dermatológicos apresentam resposta limitada nos casos mais severos, principalmente em mãos e axilas. Nessas situações, a simpatectomia é um tratamento seguro, com ótimos resultados (eficácia entre 90 e 95%) e efeito duradouro. Interrompendo os sinais nervosos que estimulam o suor é possível controlá-lo nas regiões onde ele é mais intenso. A cirurgia é realizada por vídeo, com tempo de internamento de 1 dia geralmente. O retorno às atividades habituais acontece após no máximo 15 dias, com muitos pacientes se sentindo bem para fazer trabalhos de escritório e que não envolvam esforço em menos de 5 dias.
O maior receio dos pacientes portadores de hiperidrose que desejam fazer a simpatectomia é a hiperidrose compensatória, quando a sudorese aumenta em lugares do corpo que antes não suavam ou suavam em intensidade normal. Muitos pacientes acreditam que com a cirurgia o suor passa de um lugar para outro, porém isso é um jeito errado de explicar a sudorese compensatória, pois em menos de 5% dos casos ela acontece de forma grave e tão intensa quanto a sudorese de mãos e axilas que leva os pacientes a procurarem tratamento.
A satisfação após a simpatectomia é de 90 a 97%, por isso portadores de hiperidrose devem buscar avaliação com cirurgião torácico para discutir as possibilidades de tratamento, riscos e benefícios da cirurgia. A qualidade de vida dos pacientes submetidos a cirurgia aumenta muito, com mais confiança para se expor em público, enfrentar desafios e buscar relacionamentos, o resultado da cirurgia é praticamente imediato e dura a vida inteira.